segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tempo de refletir e amadurecer


“A sabedoria começa na reflexão.” - Sócrates

Sem dúvida nenhuma, estamos inseridos no mundo da informação e a cada dia ela está mais rápida e o acesso à mesma torna-se descomplicado, facilitando nossa vida. No entanto, com o advento da informação, fica patente que tê-la é uma coisa e que, refletir sobre a mesma, são outros quinhentos. 

Fazemos parte da geração self-service, isto é, uma geração que gosta de tudo rápido e que, de preferência,  não tenha que gastar tempo com nada. Ou, como disse Os Guinness: “Conclusões cuidadosamente consideradas sobre a vida e como melhor vivê-la são, inúmeras vezes, somente acidentes de percurso.”

No VII Congresso Internacional de Educação o Dr. Augusto Jorge Cury fez a seguinte ponderação: “(...) no mundo atual, apesar de termos multiplicados como nunca na história as informações, não multiplicamos a formação dos homens que pensam.” O corre-corre de nossa vida nos fazem, facilmente, desconsiderarmos um tempo para a leitura cuidadosa e reflexão mais profunda.

Pare e pense! - Quantas pessoas possuem o hábito de leitura? Quantas pessoas argumentam com base no que realmente sabem ou leram? Quantas ficam apenas nos achismos?

Quando não penso e não reflito sobre a informação que recebo, sou muitas vezes conduzido por ela. Os meios de comunicação são formadores de opiniões, ditam comportamento, estabelecem o certo e o errado. Logo, o que foi dito pelo Paulo Francis é uma realidade. Disse ele: "Quem não lê, não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo." Muitas são as pessoas que são servas das informações, independente se tais informações estão certas ou não.

Lembro-me de certa feita que uma pessoa indagou o seu amigo sobre algo e prontamente o mesmo respondeu: Faço isso, porque todo mundo faz assim !!.

Reflexão requer esforço mental, tempo e consideração. Refletir dói, pois muitas vezes nos coloca diante da nossa finitude e pequenez. No entanto, diante da leitura cuidadosa e reflexiva, não apenas de informações, mas da nossa própria vida, nunca mais seremos os mesmos. Por quê? Porque começaremos a reciclar as nossas posturas, verdades e paradigmas diante da vida e das informações. Amadureceremos e assim, poderemos dizer como Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.”

Concluo este artigo com as palavras do Dr. Augusto Jorge Cury inseridas no livro Inteligência Multifocal. São elas: “Vivemos num mundo onde o pensamento está massificado, o consumo se tornou uma droga coletiva, a paranóia da estética controla o comportamento, as cotações do dólar e das ações nas bolsas de valores ocupam excessivamente o palco de nossa mente. Um mundo onde as pessoas buscam o prazer imediato, têm pouco interesse em pensar sua maneira de ver a vida e reagir ao mundo e principalmente em investigar os mistérios que norteiam a sua capacidade de pensar.”

Um comentário:

Casal 20 disse...

Caro Pastor Fernando, realmente o tema do excesso de informação é muito instigante, pois as pessoas se enganam.

Mesmo aquelas que lêem, mas não "quebram" as informações, tendem a não digerir essa quantidade de informações contraditórias que recebemos diariamente.

Digo isso, porque eu mesmo passei por essa experiência. Só quando atravessei um período de crise, no qual tive o privilégio de ler Verdade Absoluta (Nancy Pearcey) e o livro Imbecil Coletivo (Olavo de Carvalho), é que me dei conta que havia algo de errado na maneira como eu me posicionava diante do excesso de informações que engolia.

Assim, ainda que cristão e pastor, descobri que havia uma profunda incoerência entre as minhas crenças e as minhas posturas. Como o senhor escreveu: "reflexão requer esforço mental, tempo e consideração". Graças à crise que me sobreveio, eu parei com tudo e fui obrigado a achar o tempo que não existia para, finalmente, considerar a coerência sob a qual agora me esforço.

Abraços e parabéns pelo post.