segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Independência é Morte!

Amanhã, comemora-se o dia da Independência do Brasil. Foi um processo duro que culminou com a emancipação política deste país, do reino de Portugal. Foi às margens do riacho Ipiranga que D. Pedro bradou a celebre frase conhecida por todos nós: Independência ou morte !.

Porém, este artigo tem como objetivo avaliar a emancipação humana com relação a Deus, o seu criador, e as conseqüências oriundas desta emancipação. Todavia, devemos perguntar: Ser independente de Deus nos tornou seres humanos melhores?

Francis A. Schaeffer (Apud: Hermisten Maia P. da Costa) faz a seguinte observação: “Os humanistas tinham certeza de que o homem, partindo de si mesmo, seria capaz de resolver qualquer problema. A fé no homem era total. O homem que, partindo de si mesmo, era capaz de se esculpir a si mesmo na rocha, diretamente na natureza, poderia resolver tudo. O brado humanista era ‘eu posso fazer o que bem quiser; espere só até amanhã’...”

Schaeffer chama nossa atenção para o fato de que Deus fora substituído pela introspecção, racionalidade, ou seja, o olhar humano deixa de estar na pessoa de Deus e volta-se para si mesmo numa pretensão descabida de “eu posso fazer o que bem quiser”. Esse novo paradigma estabelecido pelo ser humano de olhar a si mesmo como medida de todas as coisas teve as suas conseqüências e essas são colhidas até os dias atuais. Essas conseqüências foram assim sintetizadas por Paulo: “Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. 2ª Timóteo 3.2-4”

O que Paulo descreve é o retrato fiel da humanidade, seres humanos cada vez mais egoístas, hedonistas, narcisistas, materialistas e sem valores perenes. Os meios de comunicação estão repletos de manchetes que corroboram para aquilo que Paulo descreveu, logo, podemos concluir, que o ser humano ao se tornar autônomo virando as costas para o seu criador não se tornou um ser melhor. Diante dessa situação, cabe bem as palavras de Hermisten Maia P. da Costa: “De fato, a centralização do homem, a busca de sua essência como fim último de todas as coisas, não poderia e nem pode gerar valores permanentes. Ainda hoje, curiosamente, somos levados a pensar no homem ‘como medida de todas as coisas’, como se a solução de todos os seus problemas estivesse simplesmente na capacidade de olhar para dentro de si. A genuína antropologia deve ser sempre e incondicionalmente teocêntrica.”

A inserção de Jesus na história revela-nos pelo menos 3 coisas:

1) O ser humano está longe de Deus e por isso ele reverbera – maldades, mentiras, subornos, relacionamentos descompromissados, fraudes e ganâncias sem fim.

2) O ser humano ao se tornar autônomo perdeu a capacidade de perceber quem é de fato Deus,logo, ele vive sob os ditames muitas vezes de um pseudo-Deus. Esse pseudo-Deus na mente humana é revestido de permissividade, injustiça, desigualdade, tolerância para com os meus erros.

3) Jesus é o mediador entre o ser humano e Deus. Por isso Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14.6.

Na pessoa de Jesus fica evidente como devemos ser. Deus é amor, logo, eu não posso ser ódio; Ele é justo, eu não posso ser injusto; Ele é verdade, eu não posso ser mentiroso; Ele é Santo, eu não posso viver na promiscuidade.

Olhar para as descrições acima é reconhecer que precisamos de Jesus para termos a verdadeira percepção do Pai e o que Ele espera de nós. O historiador W. E. H. Lecky escreveu o seguinte: “Os ensinamentos de Jesus são uma agência que todos os homens devem, agora, admitir, por bem ou por mal, como a alavanca moral mais poderosa que jamais se aplicou às questões humanas”. Portanto, precisamos deixar de fazer a pergunta – Que tipo de atitude devo ter? para estabelecer a seguinte pergunta: Que tipo de pessoa preciso ser?. Precisamos transformar o conhecimento em atitudes.

Observar e dizer que sabe o que Jesus ensinou não redundará em mudanças. Precisamos reconhecer e vivenciar aquilo que foi ensinado por Ele, abraçar a causa. Ou como bem disse Camilla Morgado (atriz que fez o papel de Olga): “Para levantar uma bandeira não basta apenas falar: eu sou contra. Não adianta defender uma causa e depois ir para casa dormir, jantar num restaurante e passar o dia num shopping. É preciso largar tudo e viver daquilo”. Em outras palavras, é mais fácil discutir valores e princípios do que viver por eles.

No entanto, ao continuar optando pela autonomia, o ser humano colherá o fruto da sua arrogância, da sua decadência moral, da sua falta de valores perenes, do seu egoísmo, do seu consumismo, permissivismo e gritará muitas vezes no “riacho” do seu coração: Independência é Morte!!

Pr. Fernando G Dias

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