terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nos bastidores da vida humana.

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as mazelas humanas olhando-as sobre a ótica do que foi ensinado por Cristo em Mateus 11: 28 – 30.

“Não existe testemunha tão terrível, nem acusador tão implacável quanto a consciência que mora no coração de cada homem.” Políbio - historiador da Grécia Antiga

As palavras de Políbio nos arremetem invariavelmente a nossa sociedade. Quantas pessoas mostram-se felizes para o amigo, esposo, esposa, filhos e familiares, mas no recôndito da alma, estão tristes, feridas e esmigalhadas pelo passado e presente, que solapam a alegria ou as lembranças que lhe amargam a alma roubando a doçura do viver. Muitas delas são pessoas úteis em nossa sociedade e que promovem muitas vezes coisas boas, no entanto, estão amargando vazios indescritíveis em suas almas. Ou como bem descreveu Ed René: “Há muita gente útil e infeliz. Pessoas admiráveis exceto para si mesmas, as quais, à noite, colocam a cabeça no travesseiro e tem coragem de admitir que os benefícios que promovem na sociedade não alcançam o cônjuge ferido na mesma cama, nem o filho massacrado no quarto ao lado [...].”

Vários fatores contribuem para que as palavras proferidas pelo Ed René ganhem veracidade. Alguns fatores são:

Muitas pessoas possuem pais viciados ou alcoólatras; muitas pessoas foram abusadas emocionalmente e muitas delas crescem num lar onde os pais não são amorosos.

Diante desses fatos, não fica difícil compreender tanta infelicidade nas pessoas. Quantos seres humanos são/foram rejeitados pelos cônjuges; famílias que não conseguem dialogar por estarem em conflito constante gerando mágoas mútuas. Com muita propriedade, o psiquiatra Augusto Cury fez a seguinte observação: “Infelizmente, a família moderna tem se tornado um grupo de estranhos. Pais e filhos respiram o mesmo ar, se alimentam da mesma comida, mas não desenvolvem a arte de ouvir e dialogar. Não tem havido aprendizado mútuo das lições da vida. Eles estão próximos fisicamente, mas distantes interiormente.”

A família pós-moderna é uma família fragmentada nas emoções. Relações são quebradas, feridas são abertas e quando as pessoas se dão conta já estão na bancarrota emocional e espiritual. Não é por acaso, que nas livrarias, os livros de auto-ajuda são bastante vendidos, cada um com uma promessa de alívio. São livros que ensinam como num passe de mágica - faz isso e você obterá isto; aja assim que você será feliz.

Tudo se caracteriza na literatura de auto-ajuda pela seguinte diretriz: pense corretamente, construa hábitos saudáveis e aprenda a dominar-se, em outras palavras, a literatura de auto-ajuda tem por objetivo tornar fácil aquilo que para mim é difícil. Concordo com as palavras do Ed René quando ele destaca que estas coisas “mascara as tensões da alma e esconde a infelicidade ontológica que toda gente carrega no peito até descansar em Deus.”

Se a complexidade da vida humana se resumisse apenas num faz isto e aja assim, a humanidade seria bem mais feliz e as agruras da vida seriam extirpadas como em um passe de mágica. Fato é, que ao olharmos para a sociedade não obstante as promessas dos livros de auto-ajuda, algumas pessoas continuam infelizes, embora rodeadas de pessoas mais solitárias no seu mundo interior.

Bem disse o filósofo Blaise Pascal: “Somente Deus tem o tamanho exato do vazio que existe dentro de nós”. Nenhum ser humano viajou com tanta propriedade e leveza para dentro da emoção humana como Jesus Cristo. Ele foi à semelhança de nós seres humanos – humilhado, dilacerado fisicamente e emocionalmente, no entanto, Ele soube vencer a acidez que a vida muitas vezes nos proporciona deixando-nos um legado, e por conta disso, pode dizer as seguintes palavras:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”

Diante do que Jesus disse podemos tirar as seguintes lições para as nossas vidas.

a) Um convite especial – “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados...”
A humanidade tem recebido vários convites com promessas de ajuda, mas os resultados parecem muito ínfimos. Para aqueles que se encontram “cansados” e “sobrecarregados” nas suas emoções e que já desistiram de viver, Jesus diz – “vinde a mim”. Não é mais um prometendo algo, é o filho de Deus que passou pela aridez da vida e sabe muito bem o que é sofrer.

b) Uma promessa –“...e eu vos aliviarei...e achareis descanso para a vossa alma..”
Nessa promessa de Jesus, esta embutida o recomeçar de uma vida com significado e propósito. Jesus chama cada ser humano para ressignificar as suas vidas a partir do conhecimento do pai. Penso que para sermos mais felizes, solidários e seres humanos na essência da palavra, precisamos vivenciar os ensinos de Jesus. Jesus não se apresenta como mais um que promete ou como um pseudo-alívio. Ele é o remédio que a humanidade ferida precisa.

Diante das intempéries, das mazelas, das tristezas e falta de significado para a vida, você pode aceitar o convite de Jesus ou rejeitá-lo e com isto, você poderá continuar sorrindo para os amigos, esposo, esposa e filhos, fingindo que está tudo bem, no entanto, as palavras de Políbio ecoaram na sua mente dia a dia.

“Não existe testemunha tão terrível, nem acusador tão implacável quanto a consciência que mora no coração de cada homem.”

Pr. Fernando G. Dias

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá meu amigo, Políbio tinha razão, como tem gente amargurada com sorriso sem graça, querendo passar uma mensagem que esta tudo bem. Provérbio nos ensina que: O coração alegre aformoseia o rosto.

Abraço amigo e fique com Deus

Daniel Amancio